domingo, 27 de julho de 2008

Luiz questiona.

Voltando ao joguinho básico das 3 perguntas, hoje respondo as do Luiz.

Luiz "Bejota", dos primórdios das minhas experiências internéticas até hoje em dia. Distância saudável, memória presente. O cara que provavelmente melhor me conheceu durantes meus circa 15 anos. Companheiro de zona leste, santista de coração, punkrocker desde que o conheço por gente.

Luiz: Lari, como foi evoluir daquela menina feliz e saltitante que digitava "tim bim" e gostava de blink para a celebridade internética que você é hoje?
Larissa: Oi q? Enquanto a Globo não vier tomar café na minha cozinha eu não me considerarei celebridade internética. E sei lá, outro dia um cara me perguntou o que eu fazia na vida real e eu respondi pra ele que isso é a vida real. Não é a tela de um computador e o poder de pensar o que vou dizer antes de digitar que me transformam em outra pessoa... sempre me envolvi demais com o que acontece nesse mundinho virtual, seja em foruns da vida, em blogs, fotolog, msn... A Larissa Menon que vocês leem aqui é a mesma Larissa Menon que vocês encontram na rua. E bla bla blá, falei tudo isso apenas pra dizer que sim, houve sim uma evolução da garota que escrevia "tim bim" para a garota que escreve também e morre de raiva de quem abrevia palavras. A questão é que a vida cobra isso da gente... Você pode até continuar a pessoa retardada de piadas sem graça e conteúdo interno que só os seus amigos vão entender, mas a questão é que não é possivel ser assim o tempo todo e mais. A vida te apresenta situações, questões, problemas, vivências e elementos (entre outras mil coisas) que te acrescentam. Simples assim, ou você acha que eu não ouço mais Blink182? (ok, eu não escuto mesmo hahah), eu ainda fecho os olhos pra cantar Carroussel quando ela toca. Mas sei lá (e eu nunca sei), tudo isso que a vida joga na nossa cara faz com que a gente mude nossos parametros, a média sobe e um 5 não é mais suficiente. Deu pra entender?

Luiz: Como é a vida de uma jogadora de rugby, no mundo atual? Rola muito preconceito por parte da sociedade, pelo fato de você ser menina?
Larissa: No meu mundo atual a vida de uma jogadora de rugby não existe, hahahahaha... acontece que meu tornozelo ainda está zuado e eu ainda não terminei minhas sessões de fisioterapia. Mãs, falando de uma maneira geral a vida de uma jogadora de rugby no Brasil é quase como a vida de um jogador de rugby no Brasil, contando que as dificuldades talvez sejam dobradas. Os torneios são poucos, os times são poucos, as jogadoras são poucas e o apoio é pouco. A parte boa dessa história é que quando uma mulher entra pro rugby ela leva pra vida, vira amor, é impossivel abandonar... A gente até se afasta, mas esse esporte entra no coração, no sangue e não sai mais! A parte melhor ainda é que se você se leva a sério e leva o esporte a sério também você pode se destacar, começar a treinar com a seleção e levar o nome do Brasil pra fora. Vale lembrar que a nossa seleção de Sevens é super bem cotada, campeã sul-americana e tudo mais e esse ano conseguiu se classificar pra copa do mundo feminina de sevens (chequem essa informação, minha memória pode ser falha). É uma delicia, sabia? E sim, rola preconceito sim! Há quem ache, pense e diga que mulher jogando rugby é só um jeito de se aproximar de homem. Balela pura, ninguém pratica um esporte por 7 anos apenas pra pegar cara, chega a ser patético esse tipo de pensamento.

Luiz: Você se sente segura em afirmar que a vida não deve ser assim?
Larissa: Não, não me sinto... mas afirmo. Não vou discutir o clichê do "uns com tanto e outros com tão pouco" de maneira socio-economica, nem politico-social. Só digo que não existe porra de segredo nenhum e não há pensamento positivo no mundo que ajude. Não é tudo o que eu quiser que o cara lá de cima vai me dar e isso é uma merda. A gente corre atrás, corre e corre mais um pouco e as vezes as coisas simplesmente não mudam, ou mudam em passos de formiga e a gente não tem tempo pra esperar... ou não quer.
A vida não deveria ser assim, a gente deveria ser mais paciente, a gente deveria se esforçar mais ainda e o mundo deveria ser mais fácil. Pirei? Talvez... a verdade é que enquanto tem gente que por motivos de timing (eu super acredito nisso) conseguem as coisas, outros não. Por isso digo que a gente deveria saber esperar, porque quando a gente aceita a lentidão do universo as coisas acontecem e a vida é do jeito que ela deveria ser.
Oi?

3 comentários:

Luiz Ferreira disse...

MUITO BOM! me senti importante hahahaha
xxxxxx

disse...

AISHUIASH
A globo tomou café na minha cozinha, mas eu ainda não sou celeb internética. xD

Glauber Ramone disse...

outra pergunta
como vc se sente sendo minha musa inspiradora que fala mal de nando reis sem camisa?